sábado, 21 de julho de 2007

Não permita


Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que agora se dedicava a
ensinar o zen-budismo aos jovens. Apesar de sua idade, corria a lenda de que
ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.
Certa tarde, um guerreiro - conhecido por sua total falta de escrúpulos
apareceu por ali. Era famoso por utilizar a técnica da provocação: esperava que seu
adversário fizesse o primeiro movimento e, dotado de uma inteligência
privilegiada para reparar os erros cometidos, contra-atacava com velocidade fulminante.
O jovem e impaciente guerreiro jamais havia perdido uma luta.
Conhecendo a reputação do samurai, estava ali para derrotá-lo, e aumentar
sua fama.
Todos os estudantes se manifestaram contra a idéia, mas o velho
aceitou o desafio.
Foram todos para a praça da cidade, e o jovem começou a insultar o velho
mestre.
Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou todos os
insultos conhecidos, ofendendo inclusive seus ancestrais. Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.
No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro
retirou-se.
Desapontados pelo fato de que o mestre aceitar tantos insultos e
provocações, os alunos perguntaram:
- Como o senhor pode suportar tanta indignidade? Por que não usou sua
espada, mesmo sabendo que podia perder a luta, ao invés de mostrar-se covarde
diante de todos nos?
- Se alguém chega ate você com um presente, e você não o aceita, a quem
pertence o presente? - perguntou o Samurai.
- A quem tentou entrega-lo - respondeu um dos discípulos.
- O mesmo vale para a inveja, a raiva, e os insultos - disse o mestre.
Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem os carregava consigo.
"A sua paz interior, depende exclusivamente de você. As pessoas só podem lhe
tirar a calma, se você permitir."
(desconhecida autoria)

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