terça-feira, 11 de setembro de 2007

Os dois lagos


Na Terra Santa há dois lagos alimentados pelo mesmo rio, o Jordão.

No entanto, ambos possuem características bem distintas.

Um é o Lago de Genesaré, também conhecido como Mar da Galiléia.

O outro é o chamado “Mar Morto”.

O primeiro é azul, cheio de vida e de contrastes, de calma e de ondas.

Flores amarelas fazem de suas margens um jardim.

O Mar Morto é uma lagoa densa, de água salgada, em que não há vida.

A água que vem do rio ali fica parada, estagnada.

O que faz ser tão diferentes esses dois lagos, alimentados pelo mesmo rio?

O Lago de Genesaré transmite generosamente o que recebe.

A água quando ali chega parte de imediato para remediar a seca dos campos.

Sacia a sede dos homens e dos animais.

É uma água altruísta.

A água do Mar Morto adormece e é salgada.

É uma água egoísta e inútil.

Com as pessoas acontece o mesmo fenômeno.

As que vivem com generosidade, dando-se e oferecendo-se aos outros, vivem e fazem viver.

As pessoas que recebem com egoísmo, guardam e não dão; são como água estagnada, que morre e causa morte à sua volta.

Muitas pessoas se parecem com o Mar Morto: só recebem, acumulam, não se dão; constroem uma vida amarga, desgraçada e infeliz.

á outras, porém, que dão e oferecem a si mesmas com generosidade, sem nada esperar como recompensa; são as mais felizes do mundo.

Quanto mais nós damos, mais recebemos.

Quanto menos partilhamos, mais pobres nos tornamos.

Um homem caminhava por um vale, quando encontrou um sábio.

Ficaram conversando sobre a existência de Deus.

O viajante disse:

“Se eu acreditar em Deus, tenho que aceitar também que não sou livre e nada do que faço é minha responsabilidade, pois as pessoas dizem que Ele é onipotente e conhece o presente, o passado e o futuro.

O sábio começou a cantar, e como estavam num desfiladeiro de montanhas, a música ecoava suavemente e enchia o vale.

De repente, começou a blasfemar ferozmente.

Seus gritos também refletiam nas rochas e voltavam até onde os dois estavam sentados.


Então concluiu:


“A vida é este vale, as montanhas são a consciência do Senhor e a voz do homem é o seu destino. Somos livres para cantar ou blasfemar, mas tudo que fizermos será levado até Ele, e a nós será devolvido da mesma forma. Deus é o eco de nossas ações”.

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