quarta-feira, 8 de abril de 2009

Traição




Hoje é quarta feira Santa, o dia em que dentro da semana Santa, relembramos a traição de Judas... quarta feira das trevas...

Na Santa Ceia, Nosso Senhor anuncia a traição.
São João pergunta:
Quem é?
Jesus responde:
É aquele a quem eu der o bocado que vou molhar.
E, molhando o bocado, tomou-o e deu-o a Judas Iscariotes.

Como são admiráveis as disposições do Senhor! Aquele pedaço de pão oferecido a um comensal era tão comum nos banquetes, que não podia chamar a atenção; pelo contrário, era uma manifestação de afeto para com um amigo. Cristo não atraiçoa nem mesmo aquele que o atraiçoa. Não lança contra ele nenhuma imprecação, como as que tinha proferido dois dias antes no Templo contra os seus inimigos, nem o entrega ao furor dos outros Apóstolos, seus companheiros.

A insolência de Judas [vai ao ponto de perguntar] Porventura sou eu, Rabi? (Mt 26, 25). Cristo olhou-o como só Deus pode olhar, e respondeu-lhe serenamente: Tu o disseste.



Traições são comuns em todos os tempos.
Uma pena.
De Caim e Abel as combinações mirabolantes das eleições atuais, onde promessas e mais promessas são feitas a custa de trocas de favores, cargos e muito dinheiro, as traições na calada da noite ou no claro dos dias, são mais comuns que andar para frente.
Se todos traem então deve haver consenso.
Não há.
E nem poderia.
Quem traí não gosta de ser traído.
Mas quem é traído fica acometido de uma dor por baixo do estômago, no lado esquerdo do peito, na palma da mão.
Não há nada pior que ser traído e não importa por quem, nem o motivo, nem muito menos porque razão.
É triste e penoso.
As vantagens momentaneamente adquiridas pelo ato covarde e vil se tornam, mais cedo ou mais tarde, motivo de frustração e necessidade de novas artimanhas de forma a manter a situação perene.
Quem traí uma vez, trairá sempre e cada vez mais.
É fato.
A história confirma isto, basta relembrar:
Judas, Dalila, Joaquim Silvério e tantas outras...
Traição é traição, não importa se a preço de ouro, trocando bananas ou no caso fortuito, coisas de amantes e desejo desenfreado.
Nada se compara, porém as de família.
A falta de apoio ou as conversas miúdas e quase silenciosas entre membros a desaprovar a conduta de outro.
A mãe que se omite ou fala demais, a irmã que faz campanha contra ou o irmão distante e frio que encobre maquinações quase lúdicas.
Estas matam.
Exterminam o que de bom temos em nossos corações.
Pequenas e enormes traições de gente conhecida e desconhecida e invejosa que planeja nossas quedas como inimigos invisíveis.
O sorriso amarelo a esconder as verdadeiras intenções.
Os falsos amigos.. ah... destes ninguém se livra...
Os antigos e ainda mais falsos conhecidos.
Os parentes despeitados.
O ex-conjuge rancoroso.
A sogra venenosa e maliciosa.
A empregada desgovernada e irritante.
O torcedor do time adversário.
O padre ou pastor na ânsia de arrebanhar novos discípulos.
O gerente de banco interesseiro.
A professora que almeja a supervisão pedagógica.
O porteiro fanfarrão e fofoqueiro.
A vizinha feia e mal amada.
O caseiro que quer aumento de salário.
Traições e traidores.
Todos nós temos alguém ou algo com isto.
Na dúvida, não dispense o galho de arruda, reze e peça luz.
Olhe sempre para trás.
Para frente.
Boa sorte, todos nós iremos precisar um dia...

Que Deus nos ajude a entender e aceitar.





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