Venho senhor ao teu jardim,
para reaprender a plantar.
Um dia me ensinaste, que todas
as boas sementes germinam
e me deste a terra do meu coração
para um bom plantio,
recomendando-me atenção
para o livre arbítrio.
Mas… não tive generosidade suficiente
para com meu semelhante e hoje, quando
necessito da generosidade de outrem,
dificilmente eu a encontro.
Não tenho colhido a flor da generosidade
porque não a plantei.
Não dei à natureza todo o respeito
que ela como obra sua,
merecia ter recebido de mim.
Fui negligente, senhor.
Senhor disseste-me, que a felicidade
sempre estaria em minha vida se eu me
lembrasse de levar felicidade àqueles
que choravam, e que não tinham um
ombro onde se debruçar.
Não tenho colhido a flor da
Felicidade Plena,
porque não a plantei.
Não levei a sério, quando me revelaste
que o preconceito era uma erva daninha
que, pouco a pouco,
mataria o meu jardim.
Não olhei sem julgamento para
os diferentes de mim,
não observei todos os seres
e tudo o mais que crias- te
sem sentir-me maior
e melhor do que eles.
Não tenho colhido a flor do
Amor Incondicional,
porque não a plantei.
Agora,
venho ao teu
jardim,
buscando ter uma e,
talvez, a última chance de
reencontrar as sementes que
desejaste ver germinadas em
meu coração.
Não sei se vês em minha visita
algum sinal de humildade.
Já muito agi com orgulho
e não tenho colhido a flor da
humildade porque não a plantei.
Aceita, senhor, esta minha vinda,
e dá-me o perdão, o mesmo perdão
que a tantos e tantos eu neguei.
Acolherei a tua decisão, senhor, seja
ela qual for, e se não for aquela que
espero eu entenderei.
Não tenho colhido
a Flor do Perdão,
porque não a plantei…
Silvia Schmidt
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