quinta-feira, 16 de abril de 2009

As flores que não plantei




Venho senhor ao teu jardim,

para reaprender a plantar.


Um dia me ensinaste, que todas

as boas sementes germinam

e me deste a terra do meu coração

para um bom plantio,

recomendando-me atenção

para o livre arbítrio.



Mas… não tive generosidade suficiente

para com meu semelhante e hoje, quando

necessito da generosidade de outrem,

dificilmente eu a encontro.


Não tenho colhido a flor da generosidade

porque não a plantei.



Não dei à natureza todo o respeito

que ela como obra sua,

merecia ter recebido de mim.


Fui negligente, senhor.


Senhor disseste-me, que a felicidade

sempre estaria em minha vida se eu me

lembrasse de levar felicidade àqueles

que choravam, e que não tinham um

ombro onde se debruçar.



Não tenho colhido a flor da

Felicidade Plena,

porque não a plantei.


Não levei a sério, quando me revelaste

que o preconceito era uma erva daninha

que, pouco a pouco,

mataria o meu jardim.



Não olhei sem julgamento para

os diferentes de mim,

não observei todos os seres

e tudo o mais que crias- te

sem sentir-me maior

e melhor do que eles.



Não tenho colhido a flor do

Amor Incondicional,

porque não a plantei.



Agora,



venho ao teu

jardim,

buscando ter uma e,

talvez, a última chance de

reencontrar as sementes que

desejaste ver germinadas em

meu coração.


Não sei se vês em minha visita

algum sinal de humildade.


Já muito agi com orgulho

e não tenho colhido a flor da

humildade porque não a plantei.


Aceita, senhor, esta minha vinda,

e dá-me o perdão, o mesmo perdão

que a tantos e tantos eu neguei.


Acolherei a tua decisão, senhor, seja

ela qual for, e se não for aquela que

espero eu entenderei.


Não tenho colhido

a Flor do Perdão,

porque não a plantei…
Silvia Schmidt









Nenhum comentário: