sexta-feira, 31 de agosto de 2007

O que a mulher realmente quer?



Ontem conversando com minha querida amiga Cida Velo, ela citou este conto que eu achei fantástico e fui buscar para a reflexão de hoje.

”O Rei Arthur, em sua juventude, foi pego caçando em propriedade alheia, nas florestas de um reino vizinho e foi apanhado pelo rei.

Ele poderia muito bem tê-lo matado imediatamente, pois era essa a punição por transgredir as leis de bens e propriedades.

Mas o rei vizinho se sentiu tocado pela juventude e pelo caráter cativante de Arthur.

Ele ofereceu liberdade a Arthur se conseguisse encontrar a resposta a uma pergunta muito difícil, em um ano.

A pergunta: “O que a mulher realmente quer?”

Isso desconcertaria o mais sábio dos homens e pareceu intransponível para o jovem.

Era melhor que ser enforcado e, assim, Arthur voltou para casa e começou a perguntar isso a todos com quem se encontrava.

Rameira e freira, princesa e rainha, sábio e bobo da corte - perguntou a todos, mas ninguém conseguiu oferecer uma resposta convincente.

Cada um deles, entretanto, advertiu-o de que existia alguém que saberia: a velha bruxa.

O custo seria alto, pois era proverbial no reino que a velha bruxa cobrava por seus serviços preços que arruinaria qualquer um.

Chegou o último dia do ano e Arthur finalmente foi levado a consultar a velha megera.

Ela concordou em fornecer uma resposta, que iría satisfazer o rei acusador, mas era necessário discutir antes o preço.

O preço? Casamento da velha bruxa com Gawain, o mais nobre cavaleiro da Távola Redonda e o amigo de infância mais íntimo de Arthur.


Arthur olhou a velha bruxa com horror; ela era feia, tinha um único dente, exalava um odor que faria uma cabra adoecer, emitia sons obscenos e era corcunda. Nunca houve uma visão mais repugnante!


Arthur intimidou-se com a perspectiva de pedir que seu amigo de infância assumisse esse terrível fardo por ele. Mas Gawain, quando soube da barganha, julgou que isso não era muito para dar a seu companheiro e para preservar a Távola Redonda.

O casamento foi anunciado e a velha megera ofereceu sua infernal sabedoria:


O que a mulher realmente quer? Quer soberania sobre sua própria vida.


Todos souberam, no instante em que ouviram isso, que a grande sabedoria feminina tinha sido enunciada e que Arthur estaria salvo.

O rei acusador de fato deu a Arthur a sua liberdade quando ouviu a resposta.

Mas o casamento! Toda a corte estava lá, e ninguém mais dividido entre o alívio e a angústia que o próprio Arthur.

Gawain foi cortês, gentil e respeitoso; a velha bruxa externou seus piores modos, devorou a comida de seu prato sem ajuda dos talheres, produziu barulhos e odores hediondos.


Nunca antes a corte de Arthur tinha se sujeitado a tal constrangimento. Mas prevaleceu a cortesia e o casamento se realizou.

O casamento poderia ter sido pior, de acordo com o conto, e nós deveríamos descer a cortina de circunstâncias sobre as condutas, exceto por um único e maravilhoso momento:

Quando Gawain estava preparado para o leito nupcial e esperava que sua noiva se reunisse a ele, ela surgiu como a mais adorável donzela que um homem poderia desejar ver!

Gawain, assombrado, perguntou o que tinha acontecido. A donzela replicou que porque Gawain tinha sido cortês com ela, ela mostraria a ele seu lado hediondo metade do tempo e seu lado gracioso na outra metade do tempo.

Qual dos dois ele escolhia para o dia e qual para a noite?

Essa é uma questão cruel a se colocar para um homem e Gawain fez um rápido cálculo.

Ele queria uma adorável donzela para exibir durante o dia, para que todos os seus amigos pudessem ver e uma megera hedionda à noite, na privacidade de seu quarto; ou queria uma megera hedionda durante o dia e uma adorável donzela nos momentos íntimos de sua vida?

Homem nobre que era, Gawain replicou que deixaria a donzela escolher.

Ao que ela anunciou que seria uma agradável donzela para ele tanto de dia quanto à noite, já que ele a tinha respeitado e dado soberania sobre sua própria vida, dando realmente o que uma mulher quer.

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