Sua
filha de dez anos de idade, entusiasmada, estava usando seu primeiro par de
lentes de contato.
Agora
conseguia enxergar direitinho e distinguir placas nas lojas, nomes de ruas e até
mesmo folhas distintas nas árvores.
As
lentes haviam custado muito dinheiro, mas seus pais estavam dispostos a fazer
esse sacrifício, contanto que ela pudesse ver melhor e nunca mais ser chamada de
"quatro olhos".
Sua
mãe aproveitou o curto trajeto para casa a fim de explicar uma vez mais que ela
precisava ser muito cuidadosa com as lentes de contato, especialmente até que
estivesse mais acostumada com elas.
Dois
dias mais tarde, enquanto sua mãe olhava pela janela, sorriu ao ver sua filha
brincando alegremente com uma amiga, virando cambalhotas no gramado um pouco
crescido no quintal.
De
repente sua mãe lembrou:
Susana
está com as lentes de contato. Será que não vai perdê-las, pulando daquele
jeito?
Levantou-se
para lhe fazer o lembrete de ser cuidadosa, mas no meio do caminho vinha Susana
ao seu encontro para contar, com voz fraca e quase chorando:
-Acho
que perdi uma de minhas lentes de contato.
-Onde?
A
pergunta era quase ridícula. Naturalmente, em algum lugar daquele gramado
crescido.
-Você
sabe me dizer em que parte estava brincando quando a perdeu?
Outra
pergunta sem sentido.
-Foi
por aqui, mamãe disse
ela, apontando para uma área de uns três metros quadrados.
Depois
de procurar por alguns instantes, disse sua mãe:
-Quem
vai encontrar uma minúscula lente de contato numa grama alta e compacta como
essa? Simplesmente impossível. Já tentamos. O jeito é comprar outra.
Susana
fitou sua mãe com seu rosto inocente e disse:
-
Jesus sabe onde ela está. Ele sabe onde estão todas as coisas. Ele pode mostrar
para nós. Vamos orar mamãe.
O
sol declinava no céu. Ajoelharam-se ali mesmo, com as mãos ainda sobre a grama
onde haviam feito "pente fino", e fecharam os olhos. Em seu coração, a mãe,
pediu que o Senhor lhe dissesse palavras para explicar a ela que Deus nem sempre
resolve por nós todos os nossos pequenos problemas.
As
duas oraram. Quando abriram os olhos, o dedo indicador da mãe apontava
diretamente para a lente de contato, que brilhava aos raios derradeiros do sol,
como se dissesse:
"Aqui estou eu".
Sua
filha saberá sempre que existe Alguém que se importa com as grandes coisas e com
as pequenas coisas.
Muitas
vezes, através dos anos, perdemos "coisas" em nossas vidas, mas o Senhor nos
ajuda a abrir os olhos, fazendo-nos lembrar que, se Ele conta os próprios fios
de cabelo de nossa cabeça e sabe quando um pardal cai, sem dúvida cuida de nós e
nos guiará, desde que coloquemos o coração em Suas mãos como as
criancinhas.
Um comentário:
Quando eu era criança eu tinha um problema e o problema era que eu não podia ver bem. Os professores pensavam que tinha uma dificuldade de aprendizagem, mas meu pai era mais esperto e percebeu que eu tinha problemas para ver. E só resolvido com lentes de contato.
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