quarta-feira, 31 de março de 2010

Bom ânimo


" ... advirtam os ociosos, confortem os desanimados, auxiliem os fracos, sejam pacientes para com todos." I Tessalonicenses 5:14

Conta-se que uma família foi forçada a sair de sua casa quando tropas inimigas invadiram a localidade onde viviam.

Para fugir aos horrores da guerra, perceberam que sua única chance seria atravessar as montanhas que circundavam a cidade.

Se conseguissem êxito na escalada, alcançariam o país vizinho e estariam a salvo.

A família compunha-se de umas dez pessoas, de diversas idades.


Reuniram-se e planejaram os detalhes: a saída de casa, por onde tentariam a difícil travessia.

O problema era o avô.


Com muitos anos aos ombros, ele não estava muito bem.

A viagem seria dura.

- "Deixem-me", falou ele.- "Serei um empecilho para o êxito de vocês. Somente atrapalharei. Afinal, os soldados não irão se importar com um homem velho como eu".

Entretanto, os filhos insistiram para que ele fosse.

Chegaram a afirmar que se ele não fosse, eles também ali permaneceriam.


Vencido pelas argumentações, o idoso cedeu.

A família partiu em direção à cadeia de montanhas.

A caminhada era feita em silêncio.


Todo esforço desnecessário deveria ser poupado.

Como entre eles havia uma menina de apenas um ano, combinaram que, a fim de que ninguém ficasse exausto, ela seria carregada por todos os componentes da
família, em sistema de revezamento.


Depois de várias horas de subida difícil, o avô se sentou em uma rocha.


Deixou pender a cabeça e quase em desespero, suplicou:

- "Deixem-me para trás. Não vou conseguir. Continuem sozinhos" .

- "De forma alguma o deixaremos. Você tem de conseguir. Vai conseguir", falou com entusiasmo o filho.

- "Não", insistiu o avô, "deixem-me aqui".

O filho não se deu por vencido.

Aproximou-se do pai e energicamente lhe disse:

- "Vamos, pai. Precisamos do senhor. É a sua vez de carregar o bebê".

O homem levantou o rosto.

Viu as fisionomias cansadas de todos.

Olhou para o bebê enrolado em um cobertor, no colo do seu neto de treze anos.

O garoto era tão magrinho e parecia estar realizando um esforço sobre-humano para segurar o pesado fardo.

O avô se levantou.

- "Claro", falou, "é a minha vez. Passem me o bebê".

Ajeitou a menina no colo.

Olhou para o seu rostinho inocente e sentiu uma força renovada.

Um enorme desejo de ver sua família a salvo, numa terra neutra, em que a guerra seria somente uma memória distante tomou conta dele.

- "Vamos", disse, com determinação. "Já estou bem. Só precisava descansar um pouco. Vamos andando".

O grupo prosseguiu, com o avô carregando a netinha.

Naquela noite, a família conseguiu cruzar a fronteira a salvo.


Todos os que iniciaram o longo percurso pelas montanhas conseguiram terminar. Inclusive o avô.

Se alguém a seu lado está preste a desistir das lutas que lhe compete, ofereça-lhe um incentivo.

Recorde da importância que ele tem para a pequena ou grande comunidade em que se movimenta.

Lembre-o que, no círculo familiar, na roda de amigos ou no trabalho voluntário, ele é alguém que faz a diferença.


Ninguém é substituível.

Cada criatura é única e tem seu próprio valor.

Uma tarefa pode ser desempenhada por qualquer pessoa, mas uma pessoa jamais substituirá a outra.


Não permita que ninguém fique à margem do caminho, somente porque não recebeu um incentivo, um estímulo, um motivo para prosseguir, até a vitória final.


Um comentário:

arlete disse...

Ohhh amiga, muitas vezes um simples sorriso, um bom dia, um aperto de mão fazem milagres.....
parabens!
beijos
Arlete