domingo, 3 de maio de 2009

A ponte



Toda corrente de água desliza entre duas margens.

Margens que detêm e ordenam

Que impedem de invadir os campos.

Que lhe traçam um caminho.

Duas margens que permitem essa água

formar um todo e realizar sua tarefa:

Regar as planícies através das quais desliza.

E as margens ficam distantes uma da outra...

Elas, porém, podem unir-se. Aproximar-se.

Fundir-se quase, quando sobre as águas

se estende uma ponte.

Olhando a ponte sente-se a tarefa imensa

E ao mesmo tempo agradável, executada pela ponte.

Como um abraço amigo aproxima duas separações.

Como um diálogo silencioso

faz conversarem duas solidões.

Como a mão estendida fraterniza dois estranhos.

Se a ponte pudesse sentir, poderíamos, sem medo,

qualificá-la de feliz.

Feliz por ser capaz de tornar o outro feliz.

E nunca se colhe maior felicidade

do que quando se semeia felicidade.

A ponte tem, para cada um de nós,

um profundo e significativo simbolismo.

É a lição perene, silenciosa e rica, no dia-a-dia

de sua missão de ligar e aproximar.

De cortar distâncias.

De separar abismos.

Diante de uma ponte nos ocorre reflexões

Que alguém escreveu:

"Em êxtase contemplativo olho a ponte,

admiro a ponte, escuto a linguagem da ponte...

Sou forte, terrivelmente forte.

Resisto a todos e permaneço sempre estática,

mas perseverante em meu posto de serviço.

O segredo de minha força?

De minha perseverança?

De minha grandeza?

Nasci para unir.

Vivo para unir.

Sirvo para unir!"

Como gostaria de ser ponte também!

Para unir a terra aos céus!

Unir os desunidos.

Unir os desencontrados.

Unir os corações.




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