quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Caleidoscópio de nós


Como explicar o fascínio de um caleidoscópio?

Queremos rever, aprisionar, entender aquelas imagens.

Como na vida.

Apego, transcendência, imortalidade, permanência, o todo projetado em cada parte.

Analogias que trago à tona quando penso em caleidoscópios.

Somos filhos do fogo, da luz, do brilho.

Buscamos retornar a um estado leve, puro, novo, livres do que acumulamos ao longo da existência.

Desejamos ser como uma página em branco.

Como simples cristais, translúcidos.

Buscamos o que éramos antes.

Mil formas em movimento constante, num jogo indescritível, que nunca se repetem, como a corrente de um rio.

Como num caleidoscópio, giramos: átomos, partículas; às vezes colidimos, esbarramos, tomamos novas formas, transformamos, recomeçamos.

Mas precisamos reafirmar nossa presença.

Precisamos testemunhas dessa nossa viagem.

Quem admira nosso rodopiar através das nebulosas?

Onde está o olho que nos vê?



3 comentários:

  1. Uau!!! Ficou show!

    Eu sou apaixonada por caleidoscópios... como te falei...
    Vai ver que Freud explica... rs*

    Muito linda a mensagem! Vc. sempre no capricho!
    Fica com Deus e tenha uma linda quinta!
    Beijocas, Ya

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  2. Está aqui, alí, em toda a parte! Os olhos que vêem e os que enxergam. Muito mágico o seu caleidoscópio! Beijinhos, Malu

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  3. Caleidoscópio de nós, lindo texto, e nos leva a Paraty, nos passeios que fizemos a cambada toda.
    Beijos Luleka

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